Primeira porta. Eliminam-se os dejetos do corpo. Lava-se o rosto.
Segunda porta. Ficam para trás o conforto, a familiaridade, a cama.
Terceira porta. Colegas, responsabilidades. A entrada útil, social. Por ela também entra o sustento, um dos vários sinônimos para a palavra dinheiro.
Quarta porta. Mais dejetos, mas diferente da segunda.
Quinta porta. O começo da irresponsabilidade, um dos poucos sinônimos para a palavra liberdade. Estranhamente, é a mesma que a terceira; uma questão de direção.
Sexta porta. A carteira fica um pouco mais leve. Ausência de luz, trailers, roteiro ruim. Algumas horas de sono pago.
A sétima porta deveria ser a da volta ao conforto, a última do dia, mas um homem entediado pode acabar abrindo mais algumas.
Sétima porta. Nada até então fora exatamente bom, então esta acabou sendo a da bebida, do cigarro e da resignação.
Oitava porta. Esta parecia se mover, mas era a sétima. Uma questão de abuso.
Nona porta. A do carro. Com a perspectiva de abrir e fechar todas novamente no dia seguinte, chega-se à conclusão que é melhor terminar tarde do que tarde demais.
No intervalo físico entre a nona e a décima havia um pedestre. Apressado, míope ou embriagado; não era possível definir. O fato é que o defunto parecia-se com uma chave.
Décima porta. Grades, companheiros, dejetos e resignação. Outras tantas que deveriam vir acabaram ficando fechadas.
Décima primeira porta. Foi aberta depois de alguns anos. Inutilmente pomposa e confortável. Horizontal em relação ao chão.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
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6 comentários:
lucas, valeu pela visita lá no Idéias Explosivas! só que qdo vc entrou eu ainda ñ tinha postado nd, só tinha o post padrão do wordpress. agora meu 1º post já tá no ar e eu te convido p/ ler
abraço
O cara de cima não leu o post *RS*
Li o post todo. Mas a verdade é que entrei aqui pela promessa de links de pornografia.
não precisa nem falar q vc tem a manha
Valeu, anônimo!
Eu também entrei pela promessa de pornografia... mas gostei muito do que li!
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