sexta-feira, 9 de maio de 2008

Riquíssimo.

Herdou do pai a fortuna e o gosto pela natação aos domingos. Achava que a morosidade do dia combinava bem com a lentidão dos movimentos na piscina. Trajando uma sunga mínima com estampa zebrada, ele se lançava ao líquido branco e viscoso. Era pouco prático e caro manter tantos empregados produzindo aquela quantidade obscena de sêmem, mas valia a pena; a facilidade de flutuar, o cheiro e o colorido eram soberbos. Depois de muito mergulhar, corria como uma criança. Esbarrava nos corpos atléticos dos seus empregados ao som das suas próprias gargalhadas agudas, tateava-os até encontrar um membro invariavelmente avantajado e rijo. Emulando uma voz infantil, sussurrava:

-Neném quer mamar agora.

E se fartava com toda aquela carne em sua boca. Quando se cansava, distribuía alguns beijos lentos e pouco interessados, típicos dos esnobes que agem em nome do glamour visto em qualquer coisa que seja. Com um estalo de dedos, um pequeno garoto ruivo aparecia para lamber seus olhos, devolver a luz e recobrar a visão. Magnífico! Duas piruetas antes da sauna.

5 comentários:

Damasceno disse...

todo oxigênio seria tigre.

pati disse...

a concepcao utopica do seu texto converge para a unilateralidade reciproca da condição humana latente.

kkkkkkkkkkk...

mto doido lucas...q isso piração!

Hudson disse...

você é bom

Anônimo disse...

Eu comia.

Lila disse...

cm eu curto absurdamente as coisas que vc escreve...